Ivan Nunes de Castro é CEO e Co-Founder da Winning Sales, especialista em Go-To-Market e crescimento previsível para empresas SaaS B2B.

Com mais de 8 anos de experiência em vendas no Brasil e nos Estados Unidos, já ajudou negócios a ultrapassarem 150 milhões em ARR.

Atua desenvolvendo estratégias de vendas escaláveis, formando equipes de alta performance e gerando demanda B2B sustentável.

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Índice

Processo de Vendas: O Playbook para Criar Previsibilidade

Para criar previsibilidade, seu processo de vendas precisa ser um playbook acionável, não uma lista de tarefas.

Se a sua receita parece uma montanha-russa, o problema raramente é a equipe. É o sistema. Em vez de depender de talento e sorte, você precisa construir um mecanismo que defina, meça e corrija o caminho da compra, focando em gatilhos claros, diagnóstico em camadas e métricas do comprador.

Na minha experiência, quando documentamos o caminho do cliente e padronizamos decisões por etapa, a previsibilidade sobe e o ruído cai. O objetivo? Sair da montanha-russa e entrar em trilhos firmes, onde você define o ritmo, mede o que importa e decide com dados. Pronto para ver por que o modelo tradicional falha e o que colocar no lugar?

Se quiser uma ajuda personalizada, a Winning Sales pode te ajudar.

Por que sua lista de 7 etapas não é um processo de vendas real

Um processo de vendas real orienta a jornada do comprador, não as tarefas do vendedor. A confusão nasce quando mapeamos apenas “o que o vendedor faz” (ligar, apresentar, enviar proposta) e ignoramos “o que o comprador precisa decidir”. Sem essa inversão, você cria movimento, não avanço. Um sistema efetivo define objetivos do comprador, cria gatilhos de passagem (compromissos verificáveis) e padroniza o diagnóstico, não os discursos.

Na prática, isso reduz variação entre vendedores e encurta o ramp-up: o novato segue um roteiro claro, enquanto o sênior eleva a execução com contexto. O mapa certo é a jornada do comprador, não o funil interno. Em cada etapa, pergunte: qual decisão o cliente precisa tomar agora? qual evidência comprova que chegamos lá? que perguntas testam fit e urgência? Ao substituir tarefas por gates objetivos, você transforma previsões em probabilidades reais e treina a equipe para detectar, medir e decidir de forma consistente. Sem isso, a operação vira loteria. Reconhece os sintomas abaixo?

  • Resultados de vendas imprevisíveis mês a mês.
  • Vendedores novos demoram demais para atingir a performance.
  • O forecast de vendas é mais um exercício de adivinhação do que de ciência.
  • Cada vendedor executa o processo de um jeito completamente diferente.

O Custo Real da Inconsistência em Vendas

A inconsistência em vendas corrói margem, foco e moral com custos mensuráveis e altíssimos. Equipes sem um fluxo claro gastam energia em tarefas que não movem o cliente entre decisões. Dados recentes mostram a escala do problema: organizações com abordagem estruturada têm aumento de 28% na receita média (Harvard Business Review), e vendedores que usam playbooks têm maior probabilidade de bater meta (Aberdeen Group).

O tempo perdido é massivo: profissionais dedicam só 28% do tempo vendendo (Salesforce), com outros estudos apontando que até 65% do tempo é gasto em atividades não geradoras de receita. Operacionalmente, isso vira um CAC maior, ciclo mais longo e forecast frágil. Na minha experiência, quando definimos gates de passagem e treinamos o diagnóstico, o time passa a medir o avanço pelo comprador, reduz reuniões improdutivas e recupera horas para o que importa. Quer reduzir custo e encurtar o ciclo? Comece padronizando o que valida o avanço.

A questão fundamental é se seu processo facilita seu controle ou a compra do cliente. A resposta muda tudo e define como você vai construir, definir e medir cada etapa daqui em diante.

Abandone o Checklist: Construa um Playbook de Vendas Operacional

O objetivo é executar um playbook operacional que orienta o comprador a decidir com clareza. Isso começa com diagnóstico em camadas (SPIN, MEDDPICC ou BANT), segue com gatilhos de passagem e termina com próximos passos com compromissos. Em vez de scripts rígidos, você usa roteiros flexíveis guiados por objetivos: qual decisão buscamos agora, qual evidência captura esse avanço e qual pergunta revela risco oculto? Na minha prática, reescrevemos reuniões em cinco blocos: rapport estruturado, diagnóstico por camadas, recapitulação, educação da solução ancorada na dor, e próximos passos com data e responsáveis.

O resultado é previsibilidade: novos vendedores rampam mais rápido, a variância entre executores cai e o forecast passa a refletir compromissos reais em vez de “sensação”. Para consolidar, documente o ICP, a jornada do comprador, perguntas-chave e checklists de qualidade por etapa. Meça poucas métricas críticas: taxa por gate, velocidade do pipeline e métricas do comprador. A regra é simples: se não há gatilho objetivo, não há avanço.

Essa mudança de mentalidade tem um impacto direto, como mostro neste exemplo pessoal:

Na semana seguinte, reestruturei completamente o fluxo de uma reunião de qualificação:

  • Rapport estruturado
  • Diagnóstico em 4 camadas (Situação, Problema, Implicação, Necessidade)
  • Recapitulação para validar entendimento
  • Educação da solução focada na dor específica
  • Próximos passos com compromissos claros

Desde então, aperfeiçoamos cada pergunta e transição em um playbook de 25 páginas. Não é um script rígido — é um roteiro flexível baseado em objetivos.

Este modelo estruturado é a base para criar repetição e escala.

Como Estruturar seu Processo de Vendas (Mini-Framework)

Para criar um processo de vendas do zero, use este framework de quatro passos práticos. O foco é sair do abstrato e construir um sistema mensurável, centrado nas decisões do cliente, não nas atividades do vendedor. Cada passo constrói o anterior, resultando em um playbook vivo e funcional.

  • 1. Mapeie a Jornada do Comprador: Comece definindo as etapas da perspectiva do cliente, da consciência à expansão, com as decisões-alvo em cada fase.
  • 2. Defina Gatilhos de Passagem: Estabeleça critérios mensuráveis que comprovem o avanço, como a dor explicitada, o acesso ao decisor ou o consenso interno.
  • 3. Integre Frameworks de Diagnóstico: Use métodos como SPIN para descobrir dor e necessidade ou MEDDPICC para validar critérios e autoridade.
  • 4. Documente em um Playbook Vivo: Consolide tudo em um guia com perguntas, exemplos de e-mails, roteiros de reunião e critérios de qualidade.

Um gatilho bem definido remove a subjetividade do funil. Veja a diferença:

Etapa do FunilGatilho Subjetivo (Fraco)Gatilho Objetivo (Forte)
Qualificação\”Cliente interessado\”Cliente admite um problema material e concorda em explorar o impacto.
Proposta\”Enviamos a proposta\”Escopo validado e critério de decisão do cliente mapeado por escrito.

Se você não consegue medir o avanço com uma evidência concreta, a etapa não está verdadeiramente definida.

Como Construir seu Playbook de Vendas em 7 Etapas Acionáveis

A parte prática do playbook é definir objetivos, ações e gatilhos para cada etapa da jornada. O segredo é usar um framework como o SPIN na qualificação (Situação, Problema, Implicação, Necessidade de solução) e sempre terminar com próximos passos claros, com data e responsável.

O avanço no seu CRM só deve ocorrer quando o gatilho for capturado, seja por uma nota de reunião, um e-mail de confirmação ou outro artefato. Para aprofundar nas perguntas, veja nosso guia de SPIN Selling. A tabela abaixo resume os pontos-chave para facilitar a revisão e o treinamento da equipe.

EtapaObjetivo (Foco no Cliente)Ações e Perguntas-Chave (Ex: SPIN)Gatilho de Passagem (Ação do Cliente)
1. ProspecçãoValidar se a empresa se encaixa no ICP.Pesquisa de perfil, identificação de sinais de dor.Cliente aceita uma conexão ou responde ao contato inicial.
2. QualificaçãoEntender a dor e se podemos resolvê-la.Perguntas de Situação, Problema, Implicação e Necessidade (SPIN).Cliente admite a existência de um problema e concorda em explorar soluções.
3. ApresentaçãoConectar nossa solução à dor específica dele.Demonstração focada nos ‘Pay-offs’ do SPIN.Cliente confirma que a solução apresentada resolve seu problema.
4. PropostaFormalizar o valor e o investimento necessário.Recapitulação da dor e do ROI. Termos claros.Cliente concorda com o escopo e o valor da proposta.
5. NegociaçãoRemover as últimas barreiras para a decisão.Mapeamento de objeções, identificação de decisores.Acordo mútuo sobre os termos finais.
6. FechamentoFacilitar a assinatura e os próximos passos.Envio de contrato, agendamento de onboarding.Contrato assinado.
7. Pós-VendaGarantir que o valor prometido seja entregue.Onboarding, QBRs, acompanhamento proativo.Cliente atinge o primeiro marco de sucesso (ativação, uso).

Como Medir e Otimizar seu Processo de Vendas

Para otimizar seu processo, meça um conjunto enxuto de KPIs que revelem os gargalos. A análise correta transforma conversas em controle e permite intervenções cirúrgicas. Foque nestes indicadores:

  • Taxa de conversão por etapa: Mede a qualidade do diagnóstico. Quedas bruscas indicam perguntas fracas ou valor mal ancorado.
  • Velocidade do pipeline: Aponta o tempo médio por fase. Travas revelam atritos, como propostas enviadas sem o critério de decisão alinhado.
  • Tamanho médio do contrato (ACV): Correlacione com o perfil de conta e a dor. Quedas podem indicar descontos excessivos ou propostas sem ROI claro.
  • Win rate por segmento: Valida se seu ICP e sua narrativa estão corretos.
  • Tempo até o primeiro compromisso: Avalia a eficácia da sua cadência e mensagem de prospecção.

A rotina é simples: identifique um sinal (ex: baixa conversão na qualificação), aprofunde na medição (taxa por gate e motivos de perda) e tome uma decisão (ajuste as perguntas, o treino ou o material). Monte um painel no seu CRM e revise semanalmente. Para detalhes, consulte nosso guia de KPIs de vendas.

Seu Próximo Passo: Documente a Primeira Etapa

Comece de forma pequena e concreta: documente apenas a etapa de Qualificação esta semana. Escreva as 5 perguntas-chave (baseadas em SPIN) que sua equipe deve usar para revelar situação, problema, implicação e necessidade. Em seguida, defina o gatilho de passagem objetivo (ex: \”cliente admite problema material e aceita explorar o impacto\”). Publique essa definição no seu playbook, treine a equipe com role-play e exija que o gatilho seja registrado no CRM. Em poucos dias, você já verá conversas mais focadas e avanços mais claros. Para acelerar, baixe nosso Playbook de 1 Página com campos prontos para preencher: baixar o template.

FAQ: Respostas Diretas Sobre Processo de Vendas

Quais são as 7 etapas do processo de vendas?

As etapas clássicas são: prospecção, qualificação, apresentação, proposta, negociação, fechamento e pós-venda. O segredo é tratá-las como gates com compromissos do comprador, não como tarefas do vendedor.

Como montar um processo de vendas do zero?

Defina o ICP e a jornada do comprador, crie gatilhos de passagem por etapa, integre um framework de diagnóstico (ex.: SPIN) e documente um playbook simples. Depois, treine a execução e meça a conversão por gate.

Qual a importância de um processo de vendas bem definido?

Ele reduz a variância entre vendedores, acelera o ramp-up de novos contratados e torna o forecast confiável ao ancorar o avanço em evidências do comprador. Times com processo estruturado tendem a crescer mais e errar menos.

Como otimizar o processo de vendas?

Meça as taxas de conversão por gate para identificar gargalos e corrija as perguntas, os materiais e os próximos passos da etapa problemática. Ajuste o ICP, refine a narrativa e remova atritos observados nos dados.

Como funciona um processo de vendas B2B?

É mais consultivo, com múltiplos decisores, critérios de compra formais e ciclos de venda mais longos. Por isso, diagnóstico em camadas, mapeamento de autoridade e construção de consenso interno são atividades vitais.

Ivan Nunes de Castro é CEO & Co-Founder da Winning Sales, especialista em Go-To-Market (GTM) e crescimento previsível para empresas SaaS B2B.

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